quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O pôr-do-sol ao som do Bolero de Ravel



Outro dia, vi um espetáculo inusitado.
O pôr-do-sol na Praia do Jacaré, em Cabedelo, Paraíba.
O astro-rei foi descendo, descendo,
Embalado ao som do bolero de Ravel
Executado pelo saxofonista Jurandy.

O Sol, o céu, as nuvens,
As águas do rio refletindo os últimos raios do dia,
A música que vinha lá do barquinho de pesca
E ecoava nos bares e na alma dos espectadores,
Tudo ali transmitia uma harmoniosa poesia.

Os aplausos foram unânimes.
E o Sol foi iluminar outros recantos,
Executando seu contínuo bolero,
Com arte e graça,
Indefinidamente, eternamente.

No dia seguinte,
Fui ao sepultamento do meu amigo Gildo.
E, durante os cânticos e homenagens
Oferecidos pelos familiares e amigos,
Lembrei-me da despedida do Sol.

Gildo,
Você é como o Sol!
Hoje, encerrou-se uma execução da sua arte
Do lado de cá da vida.
Mas seus raios ainda refletem nos corações
Daqueles que te amam.

E sua vida, que é luz eterna,
Vai executar outras músicas,
Ainda mais elevadas,
Rumo ao infinito.
Aplausos!

Gildo,
“Mesmo que finde
A interpretação musical,
O executante não morre
Porque ele, sendo filho de Deus,
É imortal.*”

*Palavras do Anjo (Seicho-No-Ie)

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Uma árvore urbana


Uma árvore urbana tombou.
Tombou porque não foi tombada.
Tombada pelos defensores do patrimônio histórico.

Árvores centenárias tombadas não tombam.
Não tombam porque suas raízes são preservadas,
Protegidas das ambições da sociedade do consumo.
Às vezes, fico a pensar:
Não estaremos vivendo como árvores urbanas?
Exuberantes na parte visível,
Mas frágeis na parte invisível.

Se, como disse um pensador,
"O essencial é invisível aos olhos",
É na raiz que está o essencial da árvore.
Como ensina o sábio mestre Taniguchi,
"As raízes são os nossos antepassados"
"E o solo é Deus".

Quanta gente ignora esta Verdade
e vive uma vida urbanamente oca,
Regada a consumismo, aparências e artificialidades.

Depois, não entende o porquê dos tombos,
Dos percalços e reveses da vida.
E a queda expõe a verdade, nua e crua!

Toda aquela vitalidade era mera aparência.
Faltava o essencial:
buscar nutrientes no solo,
fortalecer as raízes.

Sim, as raízes.
Tão invisíveis,
Mas tão essenciais
"pra que a vida nos dê flores, frutos"!
Neste Natal,
busquemos em Cristo o essencial.
E agradeçamos a Deus e aos antepassados
pela seiva da vida que circula em nós!

  IKIGAI Virou moda os coaches recorrerem a essa expressão japonesa para falar sobre o propósito e vida.  Há, na internet, muitos vídeos que...